domingo, 7 de novembro de 2010

Estudos - Processo Montagem

Teatro de Revista

O teatro de revista tornou-se um gênero popular no Brasil a partir do final do século XIX. Entre os principais escritores de revista estava Arthur Azevedo. Em uma de suas revistas, intitulada A Fantasia (1896), ele apresenta a seguinte definição para o gênero:

"Pimenta sim, muita pimenta
E quatro, ou cinco, ou seis lundus,
Chalaças velhas, bolorentas,
Pernas à mostra e seios nus"...

Pode-se então caracterizar o teatro de revista como um veículo de difusão de modos e costumes, como um retrato sociológico, ou como um estimulador de riso e alegria através de falas irônicas e de duplo sentido, canções "apimentadas" e hinos picarescos.

A questão visual era uma grande preocupação em peças deste gênero, pois fazia-se necessário manter o "clima" alegre, descontraído, ao mesmo tempo em que se revelava, em última instância, a hipocrisia da sociedade. Para isso, os cenários criados eram fantasiados e multicoloridos, afim de apresentar uma realidade superdimensionada. O corpo, neste contexto, era muito valorizado, fosse pelo uso de roupas exóticas, pelo desnudamento opulento ou pelas danças.

O acompanhamento musical também era uma de suas características marcantes. Seus autores acreditavam que comentar a realidade cotidiana com a ajuda da música tornava mais agradável e eficiente a transmissão das mensagens.

Além disso, destacavam-se como elementos composicionais de uma revista o texto em verso, a presença da opereta, da comédia musicada, das representações folclóricas - o pastoril e fandango -, e da dança.

Importante ressaltar que o teatro de revista visava a agradar a diferentes segmentos da sociedade. Os elementos que a caracterizam são demonstrativos disso. A forma popular de representação abrangia a opereta, a ópera-cômica, o vandeville (interpretação de canções ligeiras e satíricas) e a revista, equivalentes para a pequena burguesia; e a forma aristocrática, exclusiva da nobreza, equivalia à ópera.

No conteúdo, a crítica de costumes. Essa mistura da sátira e crítica resultou, no Brasil, no que se convencionou chamar de burleta, gênero do qual Arthur Azevedo mais se apropriou para criar os enredos de suas revistas.

Teatro Bufão

Os Bufões são considerados os filhos do demônio, a quem amam. Deus, como grande artista que é não pode ter criado criaturas deformadas, aleijadas, doentes, loucas. Assim, os filhos de Deus condenam os bufões a irem morar em guetos: florestas, campos de concentração, lodaçais, nas ruas... Os Bufões oferecem o riso e a paródia aos mortais. Estão acima do ódio (sentimento antigo sofrido nos primeiros anos de banimento. Agora são indiferentes e decidem rir da sua desgraça, oferecendo uma crítica ferina à sociedade e denunciando a falsa moral encoberta por atitudes polidas) postura daqueles que já não têm mais nada a perder. Não existe criatura na Terra que tenha sofrido mais que um Bufão. O jogo exigido do ator é bastante elaborado: deve construir seu bufão, figura sempre disposta a sorrir para aqueles a quem desprezam, pois estão na constante iminência da morte (sempre existe um fascista, nazista, racista pronto a fuzilá-los); ao mesmo tempo em que constrói os personagens a quem seu bufão tem o prazer de parodiar. Os Bufões são muito espertos, devem ter agilidade para mudar o sentido do jogo, na iminência do perigo. O ator que joga o bufão deve dominar política, economia, cultura, religião.

Espetáculo Vaudeville

Gênero de entretenimento de variedades predominante nos Estados Unidos e Canadá do início dos anos 1880 ao início dos anos 1930. Desenvolvendo-se a partir de muitas fontes, incluindo salas de concerto, apresentações de cantores populares, "circos de horror", museus baratos e literatura burlesca, o vaudeville tornou-se um dos mais populares tipos de empreendimento dos Estados Unidos. A cada anoitecer, uma série de números eram levados ao palco, sem nenhum relacionamento direto entre eles. Entre outros, músicos (tanto clássicos quanto populares), dançarina(o)s, comediantes, animais treinados, mágicos, imitadores de ambos os sexos, acrobatas, peças em um único ato ou cenas de peças, atletas, palestras dadas por celebridades, cantores de rua e filmetes.

Material pesquisado e enviado pelo Gunar.

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