domingo, 19 de abril de 2009

O Fogo

Mais uma parte do texto de Corrêa.

Recado aos jovens da CAL*
Rubens Corrêa



O FOGO

O fogo através do tempo sempre foi o símbolo vivo da fé, do entusiasmo e da rebeldia; mantê-lo aceso dentro de nós é também um trabalho para a vida inteira. O fogo nasce de um estado de curiosidade natural e instintivo e pode ser desenvolvido através da conquista progressiva de uma cultura geral, de uma observação apaixonada da história do homem, da história de todas as artes, da emocionante história do teatro – e um profundo sentimento de observação do ser humano – aqueles para quem realizaremos nossas mágicas, o nosso público. Esse fogo interno, uma espécie de grande rol central de energia e fé, é uma grande defesa contra a acomodação, e me parece ser a grande mola propulsora da criatividade; devemos estar sempre atentos aos seus chamados, e é preciso não deixar nunca, custe o que custar, esse fogo esmorecer, porque, caso isso aconteça, seremos os artífices de uma arte morta, sonâmbula, inútil, feia e resignada.

*Aula inaugural da Cal (Casa das Artes de Laranjeiras) – Rio de Janeiro (RJ), em 12 de março de 1984. Reproduzida de uma apostila do autor.

Um comentário:

Mariana disse...

Fábio, queria parabenizá-lo pela sua dedicação à esse espaço. Sempre com textos, opiniões muito boas e imagens maravilhosas ! Nós agradeçemos ;)
E nunca deixe que seu fogo pelo teatro vire uma brasa ok ? :D
Beijos ;@